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terça-feira, 20 de novembro de 2012

ADVOGADA ISRAELENSE GARANTE QUE O IRÃ CONTRIBUI COM A GUERRA AJUDANDO OS PALESTINOS COM 30 MILHÕES DE DOLARES




Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento.


Diretora de centro que rastreia financiamentos AFIRMA que crise em Teerã pode limitar ajuda.

O governo do Irã separa cerca de US$ 30 milhões de seu orçamento anual para ajudar militantes palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica, afirma Nitsana Darshan-Leitner, diretora do Shurat HaDin - Israel Law Center, uma instituição que trabalha rastreando e processando bancos que participam do trâmite de financiamento de grupos na Faixa de Gaza. Em entrevista ao GLOBO por telefone, ela ressaltou não acreditar que o Hamas esteja desenvolvendo aviões não tripulados, mas que use boa parte de sua verba na produção de foguetes e compra de mísseis. Para ela, uma incursão israelense por terra pode acontecer nos próximos dias se um acordo não for alcançado.

O Hamas está desenvolvendo aviões não tripulados como afirmou a mídia israelense? Em que estágio estaria essa produção? 

- Não acredito que o Hamas esteja desenvolvendo aviões não tripulados. O que eles têm feito é atacar com mísseis de longo alcance, que vêm do Irã e da Síria (antes da guerra no país começar), eles são obtidos pelo tráfico de armas, e com os foguetes Qassam, que são produzidos na própria Faixa de Gaza.

O Irã financia essa produção? 

- O Irã financia publicamente esses grupos. Ele não esconde isso. Está no orçamento anual do país, isso é um dado público. A ajuda é de cerca de US$ 30 milhões por ano, mas não acredito que vá continuar doando tanto dinheiro por causa da situação financeira. Os iranianos estão com medo disso, de perder o controle dessa situação por causa do crescimento da Jihad Global, que está controlando outros grupos pelo mundo. Essa ajuda tem se tornado difícil, pois não há mais sistema bancário na Faixa de Gaza. As instituições financeiras têm medo de participar de uma rede que forneça dinheiro aos militantes. Bancos americanos têm que obedecer às leis dos EUA, que proíbem isso, e outros também não querem ser processados. Tendo em conta essa dificuldade, o governo iraniano tem entregue a ajuda em dinheiro vivo. Uma autoridade iraniana encontra um líder do Hamas e lhe entrega o dinheiro em uma maleta. 

Como é o processo contra os bancos que participam do envio de dinheiro para os militantes palestinos?

- Nós conseguimos provas e informações e entramos com um processo na Justiça internacional contra as instituições que estão conscientes do que estão fazendo. Nós conseguimos congelar bens, contas e o banco eventualmente têm que pagar uma multa de milhões. Ele acaba sendo persuadido a não participar do trâmite novamente. Funciona como nos casos do Bank of China, UBS e do Arab Bank. 

Como as armas são produzidas?

- De forma bastante artesanal. Os palestinos utilizam canos e material que têm na região. Muitos morrem em acidentes de trabalho. Para atirar, é muito simples: é só colocar em cima do ombro e disparar. O armamento é leve, mas não tem longo alcance.

E os mísseis de longo alcance, como são adquiridos?

- Esses são muito planejados e não são produzidos em Gaza. Eles são produzidos por Irã e Síria - antes da guerra civil - e mandados para o Sudão, de onde seguem para o Egito e entram na Faixa de Gaza pela fronteira. O lançador também é muito grande, do tamanho de um caminhão, e entra também pelo tráfico da fronteira com o Egito. Para saber usar essas armas, os militantes são treinados por agentes iranianos, sírios ou do Líbano (do Hezbollah). Alguns militantes vão até o Irã, outras vezes os iranianos vão à Faixa de Gaza.

Os ataques de Israel a alvos específicos são a preparação para uma investida terrestre? A morte de civis já era esperada?

- Sim, Israel está fazendo uma preparação. Está fazendo bombardeios a sedes militares para caso tenha que fazer uma operação por terra contra as organizações que estão bombardeando seu território. Israel está bombardeando onde essas armas são produzidas e sedes militares dos militantes palestinos. Infelizmente, por mais precisos que sejam os ataques, há a morte de civis, pois os terroristas se escondem em meio à população.

Em quanto tempo você acredita que haverá uma operação por terra?

- Se o Hamas não parar de bombardear Israel, a entrada do Exército pode acontecer nos próximos dois dias. Os líderes de ambos os lados estão negociando agora no Egito. Se não houver mais bombardeios em Israel, não haverá a necessidade de uma operação por terra, mas um acordo terá que ser atingido. Um ponto que será importante para os palestinos será a diminuição de bloqueios nos envios de materiais, incluindo o transporte marítimo. Israel terá que pensar bem se abre mão do bloqueio, pois ele diminui a entrada de armamento e de militares em Gaza.

ENTREVISTA: Nitsana Darshan-Leitner é diretora do Shurat HaDin - Israel Law Center.

O FILÓSOFO

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