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terça-feira, 20 de novembro de 2012

BRASILEIROS NA GUERRA NA FAIXA DE GAZA



Eles vivem na Faixa de Gaza e, além dos elos com o Brasil, têm em comum o fato de já serem veteranos de guerra. Depois de sobreviver às dificuldades e ao medo provocados pela GUERRA de quatro anos atrás, os brasileiros de Gaza revivem o drama - e a clausura - daqueles dias. Moradora de Deir el-Balah, a professora Huda Salim, de 47 anos, está há seis dias sem sair de casa. Tem medo. A ofensiva desta vez está pior, garante ela. Mas a atitude dos palestinos é outra.

O povo está mais tranqüilo porque sabe que está trabalhando um cessar fogo. Da outra vez, fomos pegos de surpresa; hoje nos sentimos mais seguros - diz ela.

Huda morou por 21 anos em Duque de Caxias e voltou a Gaza em 2006. Não tem cidadania, mas é dona de um passaporte amarelo, destinado a estrangeiros legalmente registrados no Brasil.

- A gente sofre muito aqui. Não gosto do Hamas, na hora da guerra, nós é que somos massacrados. Não quero que meus filhos passem por isso, nem os filhos deles (israelenses). Sentimos-nos iguais. Mas se Deus quiser, torço pelo cessar-fogo, nós todos podemos ser bons vizinhos. Só falta respeito mútuo.

Israel bloqueou nesta sexta-feira as principais rotas em torno da Faixa de Gaza, e declarou "zona militar fechada", em resposta aos ataques com foguetes a partir do território palestino.

"Há uma zona militar fechada", afirmou um porta-voz, que explicou que a estrada 232, a rota 10 e parte da rota 4 foram fechadas ao tráfego não militar. "São as principais estradas em torno da Faixa de Gaza", confirmou."




Filho mais novo de Huda e estudante de Engenharia Civil, Mohamad al - Assar, de 21 anos, sente saudades do Brasil. Com as aulas suspensas, ele se diz acostumado com a situação. Mas teme o futuro.

- Tenho vontade de sair daqui, mas não posso deixar minha família. Se fosse no Brasil, eu sabia que iria estudar e ir para o magistério ou trabalhar. Aqui não sei se vou terminar a faculdade, se vou trabalhar, não sei nem se vou viver. Futuro aqui é uma palavra complicada. 

Na Cidade de Gaza, capital da Faixa de Gaza, o comerciante Omar al-Jamal, de 60 anos, também pensa em voltar. Nascido em Gaza, morou no Rio durante 33 anos e se naturalizou brasileiro. Em 2006, foi a Gaza cuidar do inventário dos pais falecidos e acabou ficando preso na região, com a ascensão do Hamas ao poder e o conseqüente bloqueio imposto por Israel.
 







- Está tudo fechado. Não vamos trabalhar, ficamos em casa porque não se sabe onde vai cair a próxima bomba. Só saio rapidamente para comprar alguma coisa em algum mercadinho pequeno, nos arredores. À noite, os bombardeios ficam piores, não dá para dormir. Ainda vendo tudo e volto para o Rio - garante ele, que é casado e com uma filha de apenas um ano e quatro meses.
O FILÓSOFO

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